sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A transmissão ao vivo do Ballet Bolshoi – O Quebra Nozes acontece neste  domingo (19), na sala 3 do Multiplex UCI Ribeiro do Shopping Recife. Os fãs de dança poderão assistir à transmissão diretamente de Moscou, em alta definição de som e imagem.

Os ingressos antecipados estão sendo vendidos em um guichê exclusivo no Multiplex UCI Ribeiro do Shopping Recife. Os lugares são marcados e a entrada custa R$40.

A exibição será feita ao vivo para sete salas da rede UCI no Brasil, entre elas Rio de Janeiro e São Paulo, acontece às 13h (horário do Recife). O balé coreografado por Yuri Grigorovich irá dançar por 135 min, divididos em 2 atos, sem intervalo.
Três jovens bailarinos brasileiros, que estudam no Teatro Bolshoi no Brasil, escola em Joinville (SC) da famosa companhia de balé russa, se destacam em companhias de dança dos Estados Unidos.
Jovani, de 17 anos, durante apresentação da escola do Bolshoi no Brasil realizada nesta semanaJovani, de 17 anos, durante apresentação da escola
do Bolshoi no Brasil realizada nesta semana
(Foto: Nilson Bastian / Escola do Teatro Bolshoi
no Brasil)
O bailarino Jovani Furlan Junior, de 17 anos, embarca no fim deste mês para Miami, onde passará a atuar, a partir de janeiro de 2011, como bailarino do Miami City Ballet, no estado da Flórida. Ele passará seis meses na escola da companhia para se adaptar ao método e, depois, será contratado como bailarino profissional.
Já o casal de namorados, Bruna Gaglianone, de 19 anos, e Erick Swolkin, de 20, participa como protagonista da turnê da companhia The Albany Berkshire Ballet, que ocorre até o dia 20 de dezembro em cidades de três estados norte-americanos. O tradicional espetáculo natalino "O Quebra Nozes" já passou por Vermont e Massachusetts - a estreia foi no fim de novembro. As apresentações continuam neste fim de semana e a turnê se encerra em 20 de dezembro, na cidade de Albany, em Nova York.
Profissional em Miami
A carreira internacional deve virar realidade para o jovem catarinense Jovani. Nascido em Joinville, ele começou no balé aos 10 anos e entrou no Bolshoi sem saber nada sobre dança. A um ano de se formar como bailarino, o que aconteceria no fim de 2011, teve o talento descoberto em junho durante um dos principais concursos de dança do mundo, o USA International Ballet Competition (IBC), no estado do Mississippi, que acontece a cada quatro anos.
Jovani com o bailarino Mikhail Baryshnikov, um dos principais nomes da dança no mundo, durante evento em Joiville em 2007Jovani com o bailarino Mikhail Baryshnikov, um dos
principais nomes da dança no mundo, durante
evento em Joiville em 2007 (Foto: Divulgação /
Escola do Teatro Bolshoi no Brasil)
Com ajuda da direção do Bolshoi no Brasil, ele e outros alunos se inscreveram. Tinham de ficar depois do horário da aula para ensaiar para o concurso. Os bailarinos participantes tinham direito a alojamento, mas tiveram que pagar a passagem. "Meu avô comprou a passagem parcelada e meus pais estão pagando até hoje. Mas valeu a pena", conta.
O jovem não passou da primeira etapa do concurso, mas permaneceu fazendo aulas disponíveis para os participantes. Quando voltou ao Brasil, recebeu uma boa notícia: um diretor do Miami City Ballet havia ligado para seu professor dizendo que estava interessado em contratar Jovani.
A companhia de Miami é a terceira maior dos Estados unidos. Mas eu nunca penso que cheguei ao limite, não quero ficar estagnado. Quero ficar lá por um tempo, aprender. Um dia pretendo ir para Europa, onde estão os melhores"
Jovani Furlan Junior, bailarino de 17 anos
"Vou fazer seis meses de aula porque nos Estados Unidos eles têm outro método. Aqui usamos o método russo. Fico seis meses como aluno, sem receber. Depois entro para o corpo de baile com um salário. Estou bastante ansioso", diz o rapaz. Jovani diz que há oito brasileiros atualmente no Miami City Ballet.
A única preocupação, diz Jovani, é a saudade que sentirá da família. "Eu sou o único filho e muito apegado aos meus pais. Eu sei que eles vão sentir minha falta, mas querem que eu vá. E fico imaginando quando puder voltar, para ficar de férias. Eu pretendo vir sempre para cá nas férias."
O jovem diz ainda que também pretende dançar na Europa. "A companhia de Miami é a terceira maior dos Estados unidos. Mas eu nunca penso que cheguei ao limite, não quero ficar estagnado. Quero ficar lá por um tempo, aprender. Um dia pretendo ir para Europa, onde estão os melhores."
Turnê pelos EUA
Os namorados Bruna e Erick estão nos Estados Unidos desde a segunda semana de novembro para os ensaios da turnê de "O Quebra Nozes" do Berkshire Ballet. Após enviarem um vídeo com os dois dançando, Bruna foi selecionada para ser Clara, protagonista do espetáculo que ganha um boneco que se transforma em príncipe, que, por sua vez,será interpretado por Erick.
Erick e Bruna durante apresentação da companhia jovem do Bolshoi no BrasilErick e Bruna durante apresentação da companhia jovem do Bolshoi no Brasil (Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal)
Nascida em Caxias, no Maranhão, a bailarina diz que nem ela nem o namorado haviam participado antes de audições de balé de companhias brasileiras ou internacionais. Apesar disso, ela sempre acompanha os sites que divulgam as seleções que acontecem pelo mundo. "Nós enviamos um e-mail com um vídeo que tem no Youtube. Logo depois eles responderam dizendo que a diretora do Albany Ballet tinha ficado muito interessada e pediu que nós enviássemos currículo. Logo depois, eles mandaram outro e-mail nos convidando para a turnê. E disseram que pagariam nossas despesas, além do cachê."
A maranhense diz que recebeu o resultado da seletiva com muita alegria. "É uma grande chance dançar com outra companhia, levar o nome da Companhia Jovem da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil para outro país, e mostrar que no Brasil não tem só futebol e samba", afirmou. Tanto ela quanto o namorado Erick integram a companhia jovem, que é um grupo formado por bailarinos que se formam preferencialmente na escola de Joinville.
Desde que chegaram nos Estados Unidos, foram oito horas de ensaio diário para a turnê. E essa dedicação à dança começou na infância, relata a bailarina. "Comecei a fazer balé aos 8 anos em São Luís. Em 2002, alguns professores da Escola Bolshoi visitaram a minha escola e fizeram a divulgação. Minha professora me incentivou a fazer o teste. Eu fiz e passei em primeiro lugar, ganhei uma bolsa e fui pra Joinville. A princípio eu me mudei para Joinville somente com a minha mãe, depois de 2 anos, quando meu pai realmente soube que era isso que eu queria, ele se mudou para Joinville também", relembra.
O que nós esperamos, na verdade, é que possam surgir grandes companhias clássicas no Brasil, para que os talentos brasileiros não saim para outras companhias do mundo por não ter opção no seu próprio país"
Bruna Gaglianone, bailarina de 19 anos
O namorado Erick nasceu em São Paulo, mas mudou com a família para Joinville antes de conhecer o balé. Acabou entrando em uma das seletivas para a escola do Bolshoi.
Bruna e Erick namoram há dois anos e se conheceram na escola do Bolshoi. A vida deles, diz a jovem, é o balé. "Nós só brigamos por causa de balé. É muito engraçado, porque geralmente o nosso assunto é sempre sempre balé. Não dá pra separar as duas coisas. Quem quer ser bailarino profissional tem que viver 100% pra dança. E as vezes ensaiamos quando estamos fora do Bolshoi também", conta.
Eles pretendem usar a experiência na companhia norte-americana para tentar carreira de bailarinos internacionais. "Nós dois temos muita vontade de dançar fora, pois, no Brasil não existem muitas companhias clássicas. Com certeza, essa turnê pode ser um grande passo pra isso, pois seremos assistidos por muitos profissionais nas cidades que passaremos. O que nós esperamos, na verdade, é que possam surgir grandes companhias clássicas no Brasil, para que os talentos brasileiros não saim para outras companhias do mundo por não ter opção no seu próprio país.”
A história das sapatilhas de ponta é também a história da técnica do ballet clássico. Elas evoluíram juntas, criaram uma a outra, mas é raramente atribuído às sapatilhas de ponta o reconhecimento de impulsionar o desenvolvimento da técnica clássica.
        A princesa italiana Catarina de Medicis casou-se com o francês Henrique II, e introduziu ballet da corte, para a Corte da França no século XVI. Nestas primeiras produções os bailarinos apresentavam-se mascarados e caracterizados de cortesãos, dançando dentro da corte progrediram para generosos espetáculos e composições extravagantes, das quais foi sendo feita uma classificação do vocabulário de passos que surgiam eventualmente - os mesmos passos e as mesmas posições básicas que você faz todos os dias na aula.
       Por volta de 1600, o rei Luis XIV especialmente, amava dançar e estrelar as produções do ballet da corte. Quando ele se tornou muito velho e gordo para se apresentar, continuou a ser um dos maiores defensores do ballet. Fundou o Académie Royale de Danse, que mais tarde se tornou o Ballet da Ópera de Paris. O ballet teve uma vantagem política assim como Luis certamente usou seus ballets, nos quais os cortesãos se curvavam e reverenciavam-no em uma variedade de elaborados e elegantes modos, para celebrar e glorificar a ele mesmo, para associá-lo a uma divindade, e reforçar o poder do trono.
      Porém tratava-se de uma “jogada masculina”. A bailarina, como nós sabemos, ainda não tinha entrado na existência. As mulheres realmente não podiam participar do mesmo modo que homens, em grande parte por causa de suas roupas.
        Os homens vestiam colans, que davam a eles maior liberdade de movimento - eles podiam saltar e realizar baterias. As mulheres tinham que usar perucas pesadas e enormes vestidos, saias cheias, pesadas e sapatos com saltos, e - não esqueça - coletes apertados que limitavam a respiração, sem mencionar ao curvar-se.
        Existiam, é claro, dançarinas populares, no final do século XVII e início do século XVIII, como Mme. Lafontaine, Mlle. Subligny e Marie Prévost, mas elas eram limitadas por suas fantasias. Os homens podiam fazer todos os bons passos. Para piorar a situação, como as bailarinas tinham saído dos salões de baile de palácios reais e estavam em uma etapa inicial nos teatros, as mulheres tinham que superar desaprovação da sociedade de artistas.
        Porém, em torno de 1730 danse haute substituiu danse basse, dançarinos foram para o ar, em lugar de só mude elegantemente de uma pose para outra, eles começaram a pular, saltar e arremessar-se. E as mulheres começaram a rebelar-se contra suas fantasias restritivas. Marie Sallé literalmente deixou seu cabelo (solto, baixo, cair) e fez roupas mais soltas para seu balé d 'action.  Sua rival, Marie Ann Cupis de Camargo tirou os saltos de seus sapatos, e escandalizou ao encurtar suas melhores saias para apresentar aqueles chamativos novos passos que antes tinham sido feitos exclusivamente por homens: entrechat quatre e cabriole.
       O século XVIII viu um notável crescimento das bailarinas e expansão do vocabulário de ballet para incluir mais saltos e giros. Entre as outras estrelas da era eram Mlle. Lyonnais, famosa por suas gargouillades, e Fräulein Heinel, que deslumbrou a Europa com suas piruetas múltiplas - mas em meia-ponta.
        Marie Taglioni freqüentemente obtém o crédito e a responsabilidade por ter sido a primeira a dançar na ponta. Mas ninguém realmente sabe com certeza. É estabelecido que em 1832 Marie Taglioni dançou La Sylphide inteiro na ponta. Mas quase certamente existiram dançarinos antes dela que subiram sobre as pontas de seus dedos do pé. É até possível que Mme. Camargo tenha feito isso cem anos antes. Existem referências em contas de jornal de várias bailarinas com "dedos do pé fantásticos" ou de "caindo de seus dedos". É provável que Taglioni tenha dançado na ponta antes de La Sylphide. Mas quem quer que seja realmente a primeira, foi Taglioni que abriu caminho para o desenvolvimento e a revolução da técnica do ballet. Transformou os dedos dos pés em dança, o que tinha sido meramente uma acrobacia e um tipo de truque de circo, se tornou meio de expressão artística, dramática, bem como, uma proeza técnica.
        Antes de considerarmos o que Taglioni fez, e como fez, vamos procurar saber o por que dela ter feito isso. O ano de 1830 foi o coração da era Romântica. Os artistas e poetas desta era – Keats, Byron, Shelly e Chopin – estavam sempre preocupados com a beleza, paixão, o natural e o sobrenatural, o poder do amor.
        Os grandes ballets românticos desta época eram quase sempre apaixonados mas trágicos encontros entre um mortal e uma mulher sobrenatural. As personagens das bailarinas eram normalmente habitantes do mundo sobrenatural, como as Sylphides em Les Sylphides, as Willis em Giselle, as donzelas transformadas em cisnes no Lago dos Cisnes, as Fadas em A Bela Adormecida, as Sombras em La Bayadère, etc. A mulher sobrenatural é o símbolo da beleza, natureza, amor e imortalidade procurada pelos artistas. A bailarina está sempre representada como uma mulher que não está restrita à Terra, de tão delicada seria capaz de se equilibrar em uma flor. Taglioni até teve uma peça no cenário que parecia uma flor, forte o suficiente para suportar seu peso, para que ela pudesse criar essa ilusão.
        Em seu longo tutu branco, completamente simples, se comparado com o ornamentado vestuário do século anterior, ela conseguia passar toda a pureza e virtude feminina. Quando subia nas pontas alcançava uma leveza etérea e uma graça de outro mundo. Dançar nas pontas não foi apenas mais um feito, como o primeiro entrechat quatre. Foi um meio de realçar o drama através da expansão do papel feminino. Lincoln Kirstein chamou isso de “o discurso do inexpressivo”.
        O que exatamente as bailarinas da era Romântica fizeram tecnicamente? O que foi o ápice do virtuosismo do ballet no meio do século XIX? Assim como o trabalho de pontas foi incluso, entre outros passos, a pirueta simples e o pique também foram. O alinhamento das bailarinas também era diferente. Elas eram menos verticais, menos alongadas, seu quadril era solto para trás e seu tronco ligeiramente para frente. Não eram “em cima dos pés” como os bailarinos de hoje, como elas poderiam ficar sem suporte em seus pés?
        Taglioni calçava sapatilhas de cetim leve, que se ajustavam como luvas. Elas tinham sola de couro e cerziduras nas laterais e em baixo, não na ponta. A sapatilha de ponta, como nós sabemos, não evoluíram muito até os dias de hoje.
        No final do século XIX as bailarinas viram novas mudanças. Na Rússia, em São Petersburgo, Marius Petipa criou o que viriam a ser chamados de Clássicos: Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida, La Bayadère, Dom Quixote e vários outros. Neste momento existiam duas principais – e rivais – escolas de ballet na Europa: A escola francesa, trazida para a Rússia por Petipa, e a Escola Italiana na qual Enrico Cechetti é um famoso exemplo. Quando duas das maiores bailarinas da escola italiana, Virginia Zucchi e Pierina Legnani, foram à São Petersburgo, a visita causou um profundo efeito na história do ballet.
       Enquanto a escola francesa enfatizava o refinamento, a escola italiana era mais atlética, os bailarinos tinham grande desenvolvimento das panturrilhas e da musculatura das coxas. A escola italiana buscou usar a técnica até o limite, visando alcançar o deslumbramento com os virtuosos feitos de seus bailarinos. Os italianos tinham uma arma secreta, um segredo de tradição guardado, para girar múltiplas piruetas: o ponto fixo da cabeça. Além disso tinham melhores sapatilhas.
         Pierina Legnani foi a primeira a realizar os famosos 32 fouettés nas pontas, causando enorme sensação. Logo as bailarinas russas começaram a buscar a técnica de Legnani, mas logo perceberam que as frágeis sapatilhas que usavam não suportariam. Pediram aos seus sapateiros que criassem uma sapatilha mais dura.
         Os italianos contribuíram para outra mudança – o encurtamento da saia, que mais tarde evoluiu para o tutu. Virginia Zucchi era uma grande e belíssima bailarina, ela se recusou a dançar com uma roupa que, em suas palavras, tinha sido feita para sua avó. Ela desconsiderou o rígido regulamento do Teatro Imperial e o mundo do ballet apreciou outro delicioso escândalo.
       Petipa, como coreógrafo, fez grande uso deste novo “equipamento” para os pés. Fez múltiplas piruetas nas pontas, sustentações de balances e promenades e pulos nas pontas, eram todos obrigatórios para as bailarinas. Um legítimo Grand Pas de Petipa exige todos esses passos, além de outros.
        Com o passar do tempo, exigia-se que a bailarina fizesse mais na ponta porque ela podia fazer mais. Quanto mais a coreografia exigia da bailarina, mais ela tinha que exigir de sua sapatilha. A palmilha se tornou mais dura, as caixas cada vez mais reforçadas e a plataforma ficou mais larga.
        Agora, no século XXI, a bailarina tem que ser extremamente versátil. Ela precisa não somente dominar o trabalho de ponta dos Grand Pas de Petipa mas também a enorme variedade de desafios coreográficos que acumulou desde então. A coreografia pode pedir uma menor verticalidade, ou subir na ponta em diferentes ângulos. Pode incluir infinitos e expressivos bourrés, como na Morte do Cisne de Fokine, ou suaves e viajados relevés em arabesque, como em Les Sylphides. Pode exigir palmilhas quebradas, bons arcos de pé, como nos trabalhos de Forsythe. Ou ainda, demandar extrema agilidade, leveza e flexibilidade, rolando de uma ponta para outra, como em ballets de Balanchine.
        Seria impossível dançar ballets do século XX com sapatilhas do século XIX, e o oposto também é difícil. Por volta de 1800, na Dinamarca, Bournonville coreografou para bailarinas que calçavam suaves sapatilhas. Sua coreografia demanda uma grande quantidade de vívidos saltos e brilhante trabalho de pontas, mas não tantos balances e múltiplas piruetas na ponta como no estilo de Petipa. Quando muito, muito mais tarde o Royal Danish Ballet decidiu colocar algumas das piruetas e balances na ponta ao invés de na meia-ponta, as bailarinas tiveram um enorme problema: como conseguir uma sapatilha suave o bastante para os saltos, mas suficientemente forte para os balances e piruetas? Algumas resolveram o problema usando uma sapatilha suave em um pé e uma forte no outro. Elas saltavam com o lado suave e faziam as piruetas e balances com o lado forte.
        Para as bailarinas de hoje, o trabalho de pontas está totalmente integrado com a técnica de pontas. Até coreógrafos de jazz e moderno exigem que as mulheres usem pontas, embora os passos sejam de uma linguagem diferente. Freqüentemente, as sapatilhas necessárias para tais coreografias precisam ser extremamente flexíveis e receptivas, além de simultaneamente terem bom suporte e durabilidade.
        Mas o problema é este, a maioria das sapatilhas de ponta é feita do mesmo material que foi usado nas sapatilhas de Pavlova. Embora as sapatilhas tenham evoluído, ficando mais duras e com uma caixa maior, seus materiais básicos de construção ainda são antiquados: Couro, aniagem, papel, cola e pequenos pregos. Isso cria um grande problema para as bailarinas de hoje. Uma sapatilha de ponta nova é excessivamente dura, porque a palmilha e a caixa são excessivamente fortes. Uma vez quebrada, permitindo a articulação do pé realizar facilmente os saltos e subir na meia-ponta, dura pouquíssimo tempo. É mais doloroso do que precisa ser e nada é feito para minimizar o trauma ao dançar em superfícies duras. Companhias sem fins lucrativos e os próprios bailarinos, não podem pagar por sapatilhas não duráveis. Esse problema não pode ser solucionado com materiais e métodos de produção medievais.
        Além disso, as bailarinas sofrem danos nos tornozelos e pés, o que não acontece aos bailarinos e bailarinas de moderno; esses danos são claramente o resultado do trabalho de ponta. A maioria dos teatros do mundo não foi construído para dança, mas para ópera ou drama. Muito poucos possuem chão de madeira com molas. Ao invés disso eles freqüentemente tem a madeira colocada diretamente  no concreto. Saltar em tais palcos é doloroso e traumático, além de poder ser barulhento também. Tradicionalmente os materiais usados pelos sapateiros precisam ser espessos e duros, para proporcionar um bom suporte, mas o barulho alto das sapatilhas enfraquece a ilusão de graça sem esforço, a qual a bailarina sempre almeja. Quando uma bailarina interpreta um grande papel, ela está normalmente representando uma criatura sobrenatural. Sapatilhas barulhentas fazem com que a bailarina pareça pesada, enfraquecendo a apresentação tanto técnica como dramaticamente.
        Por que levou tanto tempo para os materiais modernos serem usados nas sapatilhas? Porque o ballet é uma arte e seu lado “esportivo” fica omitido. Nossa sociedade glorifica o jogador de futebol, o qual a respiração ofegante denota sua ousadia, mas a bailarina precisa esconder seus esforços debaixo de um sorriso sereno e radiante. Diferentemente dos heróis dos esportes, a bailarina faz tudo parecer fácil. Nós esquecemos que os atletas usam equipamentos, e através de melhorias nos projetos e materiais eles criam padrões técnicos. As sapatilhas precisam sofrer esse processo, para se atualizarem.
        A história de técnica de ponta nos mostra como, mais de uma vez, uma única bailarina alcançaria grandes feitos técnicos novos e assim fixaria um nível mais alto de dança. Estas grandes bailarinas usaram qualquer que fosse as sapatilhas de deus dias, fazendo, talvez, sua própria modificação nelas.  A fim de equiparar-se a quem fosse o grande bailarino, seus contemporâneos freqüentemente modificavam suas próprias sapatilhas. Assim, todos estariam usando a mais nova sapatilha, tentando encontrar o novo padrão técnico. Com tais melhorias, as gerações subseqüentes iriam, por sua vez, alcançar façanhas muito maiores.
        É certo que a introdução de sapatilhas mais duras tornou possível novas realizações técnicas, ainda não conhecidas, e as realizações adicionais eram o resultado de um calçado realçado por bailarinas supremamente talentosas. As melhorias no calçado aperfeiçoaram a arte. As sapatilhas de ponta e técnica de ponta evoluíram juntas durante os últimos séculos; não existe nenhuma razão para o progresso parar.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
1. Estipule um horário sagrado (uma ou duas vezes por semana), que nada nem ninguém pode interromper. Esse horário será tão importante quanto os seus horários de aula. 

2. Troque de roupa, como se estivesse indo para sua aula normal. Isso é importante para que você se sinta no clima.


3. Desligue a TV, o MSN, o celular e qualquer outra coisa que te puxe pro mundo externo. Entre no seu horário de treino concentrado(a). É punk fazer isso, mas esse comportamento precisa de treino assim como os passos de dança. Logo você vai tirar essa rotina de letra e a sua

mente não se focará em nada que não seja seu corpo. 

4. Comece com um alongamento bacana. É nessa hora que entramos em contato com nosso corpo. O alongamento, além de preparar o corpo, auxilia na concentração e interioriza a consciência. Antes de começar as aulas, é preciso que você se sinta 
IN, com a percepção voltada para seus músculos, ossos, articulações e respiração. 

5. Encerre seus treinos com um alongamento relaxante, uma compensação de coluna confortável e uma
 boa espreguiçada! 

6. Filme seus treinos, ou os trechos importantes para avaliar suas correções e suas dificuldades. Os gravadores de vídeo são ferramentas excelentes para auxiliar na nossa evolução! 

Opção de Treino nº 1

1. Repita muitas vezes os movimentos que seu(ua) professor(a) deu nas últimas aulas. Para você lembrar todas dicas dele(a), faça um caderninho e anote tudo que ele(a) disser. Coloque algumas músicas curtinhas no som, e faça um passo por música, ou um passo a cada três ou quatro minutos. Como não tem nada que tire sua concentração, preste atenção a cada mínino movimento ou reação do seu corpo, ele tem muito a 'dizer'. 

2. No final do treino, quando você repassou todos os passos, treine os movimentos que você mais tem dificuldade, mesmo que já tenha aprendido há tempos, afinal ninguém evolui deixando 'buracos' para trás. 


3. Depois do treino de movimentos isolados, treine as sequências que seu(ua) professor(a) passou, no mesmo esquema de repetição citado anteriormente. Se você ainda não começou a estudar sequências coreográficas, aproveite que está sozinho(a), coloque a música que você mais gosta e improvise, sem se preocupar com técnica. É o momento para você deixar a dança fluir no seu corpo sem auto crítica ou timidez.
 

Opção de Treino nº 2


1. Antes de começar seu treino pessoal, entre no Youtube e pesquise alguns vídeos didáticos de Dança, no seu estilo, que tenham um conteúdo bacana. Peça dicas para seus(uas) amigos(as) e professor(a), caso você não saiba como encontrá-los. Alunos(as) básicos ou iniciantes optem por vídeos que ensinem movimentos isolados, alunos(as) de inter podem optar pelos movimentos isolados mas devem treinar sequências simples. Já os(as) alunos(as) de avançado optem por sequências bem elaboradas ou trechos de coreografias de bailarinos(as) profissionais.

2. Dê um jeito (rs) de levar o computador até o local dos seus treinos e o desafio é conseguir executar a lição do vídeo da melhor forma possível. Volte cada pedacinho e repita quantas vezes for necessário até que a 'matéria' tenha sido absorvida de forma satisfatória. Não esqueça de filmar, para comparar com o vídeo estudado e ver o que falta melhorar. Você também pode levar as gravações para seu(ua) professor(a) ajudar a indentificar os pontos que necessitam de mais atenção!

Opção de Treino nº 3 
Pra quem está na fase de montar coreografias e solos.


1. Anote todos os passos e sequências que você aprende em aulas e workshops, eles são importantes para quando você está 'sem idéias'. Além disso o Youtube se tornou um aliado incrível: antes do seu treino, selecione alguns vídeos com movimentos que você gostou, reproduza-os da sua maneira (nunca copiando a bailarina) e encaixe-os na sua coreografia.

2. Montar uma coreô, exige paciência, muita paciência, mais paciência e uma cassetada enorme de dedicação e paciência. Não é fácil, é um tal de põe passo, tira passo, muda tudo, começa de novo, um dia gosta, no outro odeia, mas acredite em mim, vai sair e a próxima vai ser mais fácil!!!! Experiência é tudo!!!!
Minha amiga, eu nunca vi ninguém que começou a fazer ballet e em cinco meses já usar as sapatilhas de ponta.

Você tem que ver que o preparo para as sapatilhas são como um todo em todos os musculos, senão os tendões não aguentam seu peso.

Sou bailarina e não aconselho vcs a fazer este teste!!

Sapatilhas de Ponta

As sapatilhas de ponta, para a bailarina, precisam ser a continuação do próprio pé, e não um anexo à parte. Para que o trabalho possa se desenvolver produtivamente, a sapatilha deve ser adaptada como uma luva, de tal forma que contribua com a mobilidade do pé, sem causar dor excessiva e tensão para que o movimento não se veja amarrado, artificial, mecânico.

Leva de 2 a 3 anos de treinamento para as pernas e pés ficarem suficientemente fortes e então iniciar o trabalho de pontas.

As solas das sapatilhas são fortes para a bailarina poder subir nas pontas. O cetim em volta das extremidades é endireitado com cola, mas não há acúmulo dentro do sapato.

O momento da compra das sapatilhas de ponta é muito importante, pois seu desempenho com elas depende da escolha correta. As sapatilhas devem ser pessoais e intransferíveis.

Nunca devem ser emprestadas, pois se já estão moldadas num determinado formato poderão se deformar quando outro corpo pisar sobre elas.

Além disso, a aluna deve saber que as sapatilhas precisam permanecer limpas. Deve-se fazer periodicamente uma limpeza.

Existem vários tipos de sapatilhas para os mais diversos formatos de pés, escolha o mais adequado para você.

Como escolher sua sapatilha : para iniciantes, o ideal são as pontas mais macias, flexíveis, que vão se amoldar facilmente nos pés e não machucam. As meninas com pés fortes (musculatura forte) devem escolher pontas resistentes, para durar mais e evitar que se torça o tornozelo com a sapatilha mole demais.

Cuidado com as sapatilhas importadas, elas costumam ser mais caras e nem sempre são as mais adequadas para o seu tipo de pé!!!

Contusões sérias podem ocorrer se usamos sapatilhas muito largas ou muito apertadas. Se os pés ficam soltos, estão sujeitos aos tropeções e se muito apertados podem tirar a estabilidade da bailarina e causar bolhas no calcanhar.

Para ver se a sua sapatilha está do tamanho certo, tente mexer os dedos. Se tiver muito espaço, ela está larga ou grande. Depois, com o pé no chão, veja se a lona está esticada no calcanhar, se não estiver, também está grande.

Para quem tem pés largos, cuidado na escolha de sua ponta. As sapatilhas costumam ser muito finas, e além de machucarem, atrapalham o trabalho dos dedos. Existem sapatilhas especiais para os pés largos.